Monday, November 20, 2006

Coletivo Ágora vence eleições para o DCE

Pleito reacende Movimento Estudantil no Mackenzie
Protesto mobilizou estudantes que exigiam a votação
Por William Maia, Mayara Campagna, Letícia Gouveia e Sarah Germano

Após quatro anos, diversas acusações entre chapas, manifestações, brigas judiciais - e até mesmo físicas -, enfim, foram realizadas eleições para uma nova gestão do DCE – Diretório Central dos Estudantes, no dia 10 deste mês.
Numa disputa apertada, com 2008 votos contra 1452 da chapa Identidade Mackenzista, o Coletivo Ágora conquistou o direito de conduzir o DCE pelo período de um ano. Foram registrados ainda 9 votos brancos e 6 nulos, num total de 3475.
O pleito, que estava originalmente marcado para ocorrer na quarta, dia 8, esteve ameaçado de não acontecer antes do recesso da “Semana do saco cheio” e foi necessário que alunos organizassem uma manifestação no campus para que sua realização fosse garantida.
No movimento organizado por membros da chapa Ágora e que posteriormente recebeu o apoio da Identidade Mackenzista, cerca de 100 pessoas protestaram contra a decisão da comissão organizadora de adiar a votação, alegando que as listas de identificação dos alunos não estavam disponíveis. Fato que foi desmentido pelo Secretário-geral do Mackenzie Nelson Gallegari.
Para Keila Gonçalves, mais conhecida como Cuca, presidente do Coletivo Ágora, os quatro anos sem eleições para o DCE e a desarticulação política dos Diretórios Acadêmicos contribuíram para o desinteresse do mackenzista sobre o Movimento Estudantil. “Isso tudo deixou o mackenzista apático. A maioria dos estudantes nem sabe o que é o DCE, o quanto é importante dentro e fora da Universidade também.” – afirma.
A Professora Denise Paes de Barros, que leciona Cultura Brasileira e Ética e Cidadania no Mackenzie, se mostrou surpresa com a movimentação dos universitários em torno da eleição e ressaltou a necessidade de que haja uma gestão isenta: “Que quem ganhe esteja comprometido com os alunos e com a universidade e não com a promoção pessoal.”, conclui.
Foto: Heloísa Pantoja

Monday, October 30, 2006

Entrevista com Chanceler Augustus Nicodemus Lopes

"O Vaticano publicará um documento, que repensa a forma como a instituição católica vê o uso do preservativo. Porém, ela apenas revê o uso em casos graves, como o de pessoas HIV positivas.
Ainda assim o ministro da saúde do Vaticano não especificou se o uso será "permitido" ou não por esse documento. O documento será escrito por cientistas e teólogos encarregados pelo próprio Papa, Bento XVI, de fazer um estudo sobre o assunto."


Segue a entrevista na íntegra com o Chanceler do Mackenzie sobre o assunto.
Por Julia Reina, Renata Rizzi e Renata Machado.

O que o senhor sabe sobre o documento a ser publicado pelo Vaticano?
Não é uma surpresa para mim, visto que o Vaticano acompanha de perto o pensamento do mundo católico e procura ajustar-se quando entende que isto é necessário. Seria uma surpresa, todavia, se o Vaticano mudasse a sua doutrina por esse motivo, considerando que uma das características da Igreja Católica Romana é exatamente a sua persistência em conservar a sua tradição dogmática através dos séculos.

Qual a sua opinião em relação ao sexo antes do casamento?
A minha opinião é aquela do Cristianismo histórico conservador, ou seja, que o sexo é uma bênção dada por Deus para ser usufruída numa relação de compromisso e responsabilidade dentro do casamento. O sexo é mais do que o envolvimento físico de um homem de uma mulher, tem dimensões mais complexas que só podem ser entendidas plenamente no ambiente do casamento. O sexo antes e fora do casamento nunca pode ser completo, pois lhe falta o elemento do compromisso moral, psicológico e espiritual que faz com que ele seja completo. Por estes motivos, considero sexo antes do casamento um desvirtuamento da intenção original de Deus quanto à sexualidade.

O que o senhor, ou até mesmo a religião “pensa” sobre o uso de pílula anticoncepcional e preservativo?
Fica difícil dizer o que a "religião" pensa sobre o uso de pílula anticoncepcional e preservativos, pois dentro do termo "religião" cabem muitas tradições religiosas, tanto dentro do cristianismo quanto fora dele, todas com opiniões diferentes sobre o assunto. Portanto, direi apenas o que eu penso. Não vejo problema no uso de anticoncepcionais, desde que algumas condições sejam observadas, sendo todas elas dentro do casamento. Primeira, que eles não sejam abortivos, isto é, que eles não atuem depois da fecundação, destruindo o óvulo fecundado, o que para mim implica em aborto. É o caso de algumas pílulas. Segundo, que sejam usados por casais que precisam manter o controle da natalidade. É lamentável que o surgimento de anticoncepcionais e preservativos, cujo alvo final declarado é de evitar a Aids, esteja fomentando a promiscuidade sexual entre jovens e adolescentes, que se sentem seguros para ter uma vida sexual ativa com vários parceiros de toda orientação sexual disponível no mercado.

O senhor acha que os jovens devem ter educação sexual na escola, dês de cedo?
Acho que os jovens deveriam ter educação sexual na família, desde cedo. É tarefa dos pais instruir os filhos sobre a sexualidade e as questões relacionadas ao sexo. Exatamente por que os pais são omissos, porque as famílias estão destroçadas, porque os pais não tem exemplo nem autoridade para ensinar qualquer coisa aos filhos nessa área, coloca-se esta tarefa sobre o Estado ou sobre as escolas , o que para mim é um grande erro. A educação sexual na escola não deveria ficar entregue nas mãos de pedagogos, psicólogos e médicos que , em sua maioria, podem não têm uma formação moral e ética que permita uma visão mais integral do assunto e a inserção de valores morais e éticos que sempre fizeram parte da tradição cristã ocidental. Via de regra, o que se ensina hoje em grande parte das escolas é o "liberou geral", o sexo antes do casamento como se fosse a coisa mais natural do mundo, quer seja hetero ou homo. Como estas coisas geram toda sorte de problemas sociais, com grande impacto negativo na família, o Estado se vê obrigado a incentivar o uso de camisinha, de preservativos, com objetivo de minorar esses efeitos negativos. É uma bola de neve. Diante desta situação caótica, e mesmo entendendo que não é a solução ideal, eu concordo que o Estado deve tomar a iniciativa para não deixar o problema da Aids crescer.

A Igreja Católica ainda prega a abstinência sexual como uma solução para o mal da Aids, e o senhor, o que pensa disto?
Estou de acordo. E não é só a Igreja Católica que prega isso. Já existiram programas governamentais muito bem-sucedidos que indicavam exatamente isso. Nos Estados Unidos, faz alguns anos, o ministro da saúde C. Everett Koop realizou estudos epidemiológicos profundos e defendeu a abstinência como forma mais eficaz que preservaria não somente o aumento dessa doença, como resgataria a dissolução moral a qual a sociedade havia se jogado. Falta vontade e falta coragem ao Estado brasileiro para encarar o problema de frente. E o que é pior, sob pretexto de educar a sexualidade, o governo vem, na realidade, promovendo a promiscuidade. A causa básica do crescimento da Aids, da fragmentação da família, do aumento das mães solteiras, da falta de controle da natalidade, é exatamente o impacto do movimento de liberação sexual que teve início na década de 60, derrubando todas as restrições morais com relação ao sexo, desvalorizando o casamento e a virgindade, e transformando o sexo numa experiência fisiológica ou biológica, desconectada de valores como compromisso, fidelidade e amor verdadeiro. Esta é a verdadeira causa da explosão de doenças venéreas, da Aids, e dos graves problemas sociais resultantes da promiscuidade entre os jovens dessa geração. O uso de camisinhas e pílulas é um remendo, um band-aid para curar um câncer.

Esse pensamento fechado da Igreja, não acaba por afastar os jovens da religião?
Não considero esse pensamento como "fechado". O pensamento "aberto" só tem trazido problemas de toda sorte a esta geração. Além do mais, o pensamento da igreja, quer seja católica ou protestante, deve se guiar pelo que diz a Bíblia, a Palavra de Deus, e não por objetivos pragmáticos. Os padrões morais revelados por Deus na Bíblia não devem ser diminuídos em nome de se manter as igrejas cheias de jovens. Os jovens gostam da verdade. Se dissemos a verdade a eles em amor, clareza e gentileza, não se afastarão, ao contrário, se sentirão atraídos, pois buscam sempre um ponto de referência. Indico como prova do que estou dizendo o crescimento vertiginoso no Brasil e no mundo do movimento evangélico, que prega a abstinência sexual até o casamento, e que é composto em grande parte de jovens.

Acha que alguma doutrina da Igreja em relação ao assunto deveria mudar já que atualmente há certo paradoxo entre saúde e religião no que diz respeito a sexo?
Não sei a que paradoxo você se refere, que existe entre saúde religião. Considero a perspectiva religiosa tradicional muito mais saudável do que a promiscuidade gerada pela liberação total na área sexual.

Psiquiatra Sérgio Seibel esclarece dúvidas sobre o uso de drogas

Não houve um consenso, entre os jovens mackenzistas, sobre a legalização da maconha. As opiniões são muito divergentes e, para esclarecer as dúvidas mais freqüentes, o Acontece entrevistou o psiquiatra Sergio Seibel. Leia a seguir a entrevista, feita por e-mail.
Por Mariana Setúbal e Fernanda Emmerick

Quais os principais motivos que podem levar ao uso da maconha?
Não existem motivos principais para o uso da maconha. Cada pessoa pode ter uma infinidade de motivações. Da mesma forma que com o uso do cigarro ou tabaco, ou outra coisa qualquer. Mas existem várias formas de utilização, não apenas de maconha, mas de todas as substâncias psicoativas, como remédios tranqüilizantes desviados de sua função médica, de álcool, de cocaína ou heroína. Podemos dividir esses usos por padrões, a saber:
Uso experimental: a pessoa utiliza a substância uma ou duas vezes na vida e chega à conclusão que basta.
Uso ocasional: a utilização é feita, por exemplo, em festas, baladas e não passa de tais circunstâncias.
Uso compulsivo: a pessoa vai perdendo o controle sobre o uso, instala-se a dependência e a ela vai necessitar de cuidados especiais.
Mas existem também diversos outros padrões onde, por exemplo, apenas um uso já pode causar um grande estrago. Por ter fumado maconha demais, fica em um estado de intoxicação aguda e pode causar um acidente de trânsito. Esse é chamado de uso nocivo.

Qual a idade que, em geral, o usuário inicia a utilização da droga?
Temos visto as idades baixarem cada vez mais. Alguns estudos epidemiológicos mostram que crianças com 9-10 anos de idade vem experimentando já seus primeiros cigarros de maconha. Fique claro que as primeiras drogas de consumo costumam ser o álcool e o cigarro de tabaco.

Se fosse legalizada, em sua opinião, aumentaria o número de usuários?
Alguns estudos internacionais mostram que numa fase inicial há sim um aumento no consumo, mas a tendência é a estabilização do quadro. Ou seja, essas pessoas tendem a largar o uso.

Saturday, October 28, 2006

Sobrou pra alguém: mesário!

Por Diego Salomão

No começo de julho, recebi a famigerada cartinha, “convidando-me” a comparecer ao cartório eleitoral mais próximo da minha casa. Como nos dois últimos anos, seria eu um dos pobres e coitados azarados que teriam a honra (?) de trabalhar no domingo das eleições. Mas antes, haveria o treinamento. O dito-cujo é uma palestra de cerca duas horas, explicando todas as nossas funções e os benefícios (há. Poucos, mas há).
Claro que muitos devem achar que por ser a 3ª vez em que eu trabalhava nisso fui dispensado dessa prévia. Acharam errado. O treinamento é obrigatório para o presidente da mesa e os mesários. Secretários e o suplente que se virem no grande dia.
A bem da verdade, essa distribuição de cargos só serve na hora de assinar a papelada. Na prática, trocamos o dia inteiro. Ninguém agüenta ficar nove horas seguidas fazendo a mesma coisa. Aliás, nessa eleição eu seria o 1ºmesário, ou (olha que chique) vice-presidente da mesa. Legal, não é? Não, não é. Se der qualquer coisa errada, eleitor encrenqueiro, falha no funcionamento da urna, falta de uma das vias do BU (boletim de urna),... É o presidente que tem que ficar até mais tarde pra resolver. Na falta dele...
Enfim, às sete horas da manhã daquele domingo, estávamos lá, mortos de sono, preparando a seção eleitoral. Com a experiência de duas eleições – sendo uma delas o referendo – eu, o presidente da mesa e outro mesário dávamos dicas para os calouros e montávamos os horários de saída para o almoço. Oito horas, conforme o esperado, já estavam à porta os primeiros eleitores. Senhores, orgulhosos do exercício de sua cidadania. Simpáticos, na maioria das vezes. Nós também éramos. Afinal, que culpa tinham aquelas pessoas do trabalho em que nos encontrávamos?
Aparentemente, o trabalho de mesário é uma chatice sem limites. Não é bem assim. É sempre divertido ver os nomes mais incomuns que se possa imaginar. Melhor que isso! É muito interessante conhecer pessoalmente as vítimas da criatividade paterna. Como era? “Prentiscidinei”, acho que é isso. Diga-se de passagem, um senhor muito educado.
E as figuras que apareciam para votar! Fantásticas. Acredite, você só entende o grau de desinformação das pessoas quando participa de um trabalho desse tipo. É assustador. Cômico, mas triste.
Ah, no fim da manhã, chegou um fiscal para nos dar o pagamento. Honrosos dez reais. Incrível, no ano anterior eram doze. Até nisso a gente é explorado.
Bom, cinco da tarde. O tão esperado momento de encerrar o trabalho. Assinar as trocentas vias do BU, pregar no mural, entregar para os fiscais e largar as explicações na mão do presidente. Quase eu, sendo que o folgado do nosso chegou quinze minutos antes de iniciar a seção.
Dica para as próximas gerações: tirem o título com 16 anos, pois é uma tendência de que seja escolhido para mesário quem anteriormente desprezou o processo eleitoral. Recado dado e vamos ver o que me aguarda no domingo. Votem rápido!!!!

Tuesday, October 24, 2006

Encontro CCL

A literatura ainda pulsa
Professores estimulam ousadia e questionam o tradicionalismo literário



Alexandre e Paulo: interdisciplinaridade dentro da Semana de Comunicação e Letras

Por Natasha Pinelli

Os estudantes de Letras receberam um verdadeiro “chacoalhão”. Foram desafiados a enfrentar com ousadia e criatividade o mundo profissional que os espera. A palestra ministrada pelos professores Alexandre Huady (Jornalismo e Publicidade) e Paulo Fraga (Biologia) discutiu a questão da interdisciplinaridade e diferentes interpretações dentro da literatura.
Traçando um paralelo entre o poeta Augusto dos Anjos, conhecido pelo seu pessimismo e obsessão pela morte, e a conhecida música O Pulso, da banda Titãs, os palestrantes deram um ótimo exemplo de como despertar a atenção de seu público, abordando diferentes focos e não ficar aprisionado a interpretação clássica ao qual somos submetidos.
Conhecer o aluno é fundamental para direcionar o aprendizado. “É necessário ousar”, estimulou Huady. Durante seu “desabafo” diante dos futuros professores, ele também enfatizou a necessidade de “manter-se digno com a profissão”. Afinal de contas, hoje, mais do que nunca, o povo quer “comida, diversão e arte”.

Veja programação da X Mostra do Programa de Pós-Graduação de Educação, Arte e História da Cultura

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
CENTRO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, ARTE E HISTÓRIA DA CULTURA

X MOSTRA DE PÓS-GRADUAÇÃO
em Educação, Arte e História da Cultura

De 24 a 26 de outubro de 2006

O Programa de Pós-graduação em Educação, Arte e História da Cultura, percebido um novo desenho institucional, pretende agir em interface colaborativa com os cursos de Graduação do Centro de Comunicação e Letras - CCL. Assim, a X MOSTRA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, ARTE E HISTÓRIA DA CULTURA, está organizada a partir de atividades que objetivam integrar professores e alunos da Pós e da Graduação – em que temas de interesse comum possam atrair diversificados níveis de apreensão de formas de conhecimento em humanidades: educação, a partir de uma natureza interdisciplinar; arte, em sua dimensão de linguagem e em seus aspectos crítico-inventivos e midiáticos; história da cultura, para despertar capacidades contextuais – conectadas com o tempo contemporâneo.
As Jornadas de Pesquisas Interdisciplinares pretendem dar voz aos Professores-Mestres, egressos de nosso Programa, que diante de convites especiais, retornam à UPM para divulgar os resultados obtidos durante o período em que estiveram entre nós. Nesta edição de 2006 está prevista a publicação dos resumos dos trabalhos apresentados – como forma de registro dos esforços técnicos e intelectuais, compartilhados entre professores e alunos da Pós-graduação.
As atividades – palestras, mesas redondas e conferências – concebidas pelo corpo permanente de Docentes do Programa estão destinadas à socialização dos atos de pesquisa e produção de conhecimento, desencadeados por um cotidiano eminentemente interdisciplinar.

Prof. Dr. Marcos Rizolli
(organizador)


Programa

Dia 24
Terça-feira

09h00 as 12h00
Sala 31 - Edifício Blackford - Rua Maria Borba, 40
Jornada de Pesquisa Interdisciplinar – Sessão I
Doris Marques de Santana
Maria Lucia Cruz Suzigan
Paula Modenesi Ribeiro
Roseana Farias Ialongo

14h00 as 15h30
Auditório Edifício Blackford - Rua Maria Borba, 40
Mesa Redonda:
Pintura, Escultura & Cinema
Profa. Dra. Jane de Almeida
Prof. Dr. Marcos Rizolli

16h00 as 17h30
Auditório Edifício Blackford - Rua Maria Borba, 40
Mesa Redonda:
A arte, a Educação e a Propriedade Intelectual
Mediador:
Prof. Dr. Norberto Stori
Convidados:
Janete Sartori
Nikolas Chicrala
Paula Modenesi


Dia 25
Quarta-feira

14h00 as 17h00
Salas 31 e 32 - Edifício Blackford - Rua Maria Borba, 40
Jornada de Pesquisa Interdisciplinar – Sessão II
Alessandra Ferrari
Flávio Rodrigues Campos
Lorena Angélica Galleguillos Jungk
Nikolas Alexander Sávio Chicrala

Hânia Cecília Pilan
Janete de Andrade Sartori
Keller Regina Viotto Duarte
Tatiana Pincerno Ribeiro

19h00 as 20h00
Espaço Cultural João Calvino - Rua da Consolação, 896
Lançamento de Livros:
Artista-Cultura-Linguagem
Prof. Dr. Marcos Rizolli
Identidades Contemporâneas
Criação, Educação e Política
Prof. Dr. Paulo Roberto Monteiro de Araújo
Loop-Poesia (CD)
Prof. Dr. Wilton Azevedo

20h00 as 21h30
Espaço Cultural João Calvino - Rua da Consolação, 896
Performance:
Poemachine
Prof. Dr. Wilton Azevedo


Dia 26
quinta-feira

09h00 as 12h00
Sala 31 - Edifício Blackford - Rua Maria Borba, 40
Jornada de Pesquisa Interdisciplinar – Sessão III
Fabiana Elias Albino
Nilton Ferreira Franco
Paula Cristina Motta Saia
Marcos Rizolli
(Núcleo de Cultura Visual)

19h00 as 22h00
Auditório Benedito Novaes Garcez - Prédio 09
Conferência:
Cotidiano e Política nas canções de Chico Buarque
Prof. Dr. Arnaldo Daraya Contier

Sunday, October 08, 2006

Chanceler fala sobre expansão e propaganda do Mackenzie

Por Tiago Cadedo e Rodrigo Vitulli

Segue a entrevista realizada com o Chanceler Augustus Nicodemus. Produzida para reportagem do Acontece "Big Mack" (edição nº 30) e pautada na expansão e publicidade da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

O novo prédio do campus já está em plena atividade?

A.N: Está sim. O edifício Modesto Carvalhosa foi planejado há dois anos, dois anos e meio. A idéia inicial era adquirir espaço para uma demanda interna, pois espaço foi e ainda é um problema muito grande, e já deixar espaço para novos alunos, porque a procura pelo Mackenzie continua sendo muito boa. O nosso vestibular é bastante procurando enquanto que em outras instituições, agente sabe pela divulgação da mídia, que a procura vem caindo, a ponto de deixar mais de um milhão de vagas disponíveis no mercado, o Mackenzie por sua vez sempre preenche todas as vagas, ainda mais agora com a ajuda do Prouni. O objetivo do prédio era atender a demanda externa e ainda resolver um problema interno, pois não tínhamos mais onde colocar nossas faculdades. Só que quando o prédio foi inaugurado, ele já nasceu completo, pois durante os dois anos e meio que se passaram enquanto era construído, o número de alunos do Mackenzie aumentou. Isso fez com que as novas vagas a serem abertas fossem totalmente tomadas por uma necessidade de acomodação interna.

Qual é o critério para a seleção dos cursos que sofrerão expansão?

A.N: Em primeiro lugar tem a questão da demanda do mercado, embora não seja o ideal, as universidades têm que estar “antenadas” no mercado. Não adianta você abrir um curso se o mercado for novo ou expandir um já aberto, se o mercado não oferece condições de absorver aqueles que vão se formar. Mas a questão não é apenas mercadológica, há também um critério de ajuda, vamos supor que estamos interessados em ampliar a área de saúde na universidade. O Mackenzie não tinha tradição nesse setor, mas com a entrada do reitor Manassés, que é cientista e pesquisador, abrimos um curso que tem tido muito sucesso com uma procura muito grande, o curso de Farmácia. E então veio a idéia de fortalecer o setor de saúde. A iniciativa de abrir cursos nessa área não tem tanto uma visão mercadológica, e sim de formar um conglomerado de ensino que futuramente servirá para fortalecer mutuamente todos os cursos, pois eles se complementam. Há ainda um terceiro critério, o MEC. Por exemplo, pedagogia é um curso que poucas universidades estão oferecendo hoje, por que geralmente é um curso deficitário. Então agente sabe que o MEC, aprova e incentiva que as faculdades abram vagas na área de pedagogia para atender uma demanda existente, mesmo sendo cursos deficitários.

A universidade pretende abrir ainda mais vagas?

A.N: Enquanto houver demanda sim. Agora, aqui no Campus Itambé, nós não temos mais espaço para isso, acredito que a expansão do Mackenzie agora deve se dar fora deste Campus. Nós temos o Tamboré que tem bastante espaço, e estamos trabalhando para abrir uma extensão do Mackenzie em Campinas, na área de Direito, Pedagogia e Administração. Já está praticamente tudo pronto, só estamos aguardando a visita do MEC, que fará a inspeção necessária para autorizar o início do projeto. Estamos ainda procurando locais que sejam favoráveis para essa expansão, mas a abertura de novas vagas aqui no campus está impossibilitada pela falta de espaço. Com o crescimento de alunos, aumenta a circulação, aumenta o número de carros nos estacionamentos, aumentam os problemas com a segurança, e uma série de outros fatores que complicam a nossa vida já desregulada. Por isso, não existe muita perspectiva de expansão para o Campus São Paulo. Estamos construindo um novo prédio na Piauí, mas ele não servirá para abrigar novas vagas, e sim para desfragmentar alguns cursos que estão espalhados em cinco ou seis edifícios diferentes. Dessa maneira fica muito difícil para o aluno, pois ele tem aula em lugares distantes entre si, situação que cria um problema desnecessário. Nossa idéia é então, acabar com essa fragmentação para que haja mais espaço e conforto para os alunos. É importante dizer também, que 33% dos professores do Mackenzie trabalham em tempo integral. Só que para você ter esse tipo de professores, é necessário fornecer espaço para ele pesquisar. E é aí que temos um outro problema de espaço. Neste prédio inaugurado agora, o Modesto Carvalhosa, há um espaço muito grande destinado aos professores. Por isso conseguiremos fazer com que esses professores passem o tempo todo aqui no Mackenzie. Quando não se tem espaço para o professor, ele é tempo integral, mas vem dar aula e depois vai embora, dessa maneira não sabemos se ele está pesquisando ou não.

A propaganda do Mackenzie está mais intensa. Qual o motivo dessa intensificação através de outdoors, anúncios de TV, no cinema e em revistas?

A.N: O objetivo não é divulgar a marca, até mesmo porque o Mackenzie é muito conhecido em São Paulo. Essa divulgação tem como missão manter a marca no mercado, não divulgá-la, simplesmente mantê-la. Note que essa divulgação é institucional, não é uma propaganda apelativa para questões de preço, por exemplo, queremos apenas manter a marca na consciência da nossa cidade, daí esta divulgação. Em partes, também fomos quase que obrigados a fazer isso, por causa da chamada concorrência predatória, coisa que o MEC está eliminando, e que consiste no surgimento espantoso de instituições oferecendo cursos de graduação e pós-graduação a preços absurdos de baixos e cursos de má qualidade através de uma campanha publicitária agressiva. Para se ter uma educação de qualidade, é necessário pagar bem os professores, investir em estrutura, enfim, isso tudo custa dinheiro.

Essa forte campanha publicitária realizada pelo Mackenzie, no entanto, não pode reduzir o prestígio da universidade por passar a imagem de uma universidade que precisa fazer isso pra sobreviver?

A.N: É uma boa pergunta! Uma avaliação muito interessante. De fato, se fazemos propaganda demais, o público começa a se perguntar “Por que estão fazendo?”. Nesse sentido, nosso grande aliado tem sido a mídia. Várias publicações têm afirmado que o Mackenzie permanece estável e praticamente intocado pela crise que acometeu as crises do ensino superior, a exemplo do que passou a PUC, ou grandes faculdades do Rio de Janeiro. Dessa forma, com o apoio da mídia, o Mackenzie tem se mantido inabalável. Sempre pagamos os professores, enquanto outras instituições atrasam salários por mais de um ano. Há anos que não se ouve falar em uma crise em nossa universidade. E isso nos dá muita tranqüilidade.

A inclusão na prática




Por Ana Ignácio e Nathália Duarte




Uma escola convencional recebeu um aluno autista com 2 anos de idade em 1998. Esse garoto está no mesmo grupo desde os 2 anos de idade. Até a pré-escola a turma era composta por 10 crianças. A partir da 1ª série essa classe aumentou para 25 alunos, o que dificultou a convivência, embora sempre tivesse uma auxiliar que acompanhava o garoto em todas as atividades. Não era fácil para ele ficar dentro de sala já que uma simples mudança de rotina ou o excesso de barulho o incomodava. Ele começou a escrever no jardim de infância e sempre demonstrou facilidade para memorizar as coisas; desde pequeno era “obcecado” por decorar os países e capitais do mundo. Sabe todas, inclusive reconhece os países pelas bandeiras. Não tem erros ortográficos e conhece regras de pontuação e acentuação. Costumava freqüentar a biblioteca o maior tempo possível enquanto os colegas faziam outras atividades. Fazia uma ou outra lição na sala de aula com a ajuda da auxiliar. Fazia as verificações e avaliações em casa. Todos os professores foram ajudando o garoto a ficar um tempo maior na sala de aula, visto que era comum ele ficar andando pela escola e entrando nas outras salas. Até o início da 3ª série ele era bastante dependente do adulto. Não abria a mochila, não pegava os materiais etc. Aos poucos foi conseguindo lidar melhor com isso e o seu tempo de permanência na sala de aula foi aumentando. Era difícil ouvir o outro e considerar que todos precisavam de ajuda e não só ele. Na 4ª série teve avanços significativos. Não saiu mais da sala de aula e Começou a perceber o funcionamento das regras e a querer acompanhar o ritmo dos colegas nos trabalhos. Passou a fazer todas as atividades propostas, inclusive verificações e avaliações. Começou a lanchar no local apropriado e a subir para as aulas antes de todos. A maior dificuldade encontrada até o ano passado era fazer com que os outros alunos entendessem o porquê dos “privilégios” do aluno inclusivo. Mas as dificuldades são pequenas se comparadas aos avanços. E isso se deu porque a escola investe na inclusão. Todos os professores acompanham o processo e tem um direcionamento frente às atitudes necessárias. Com isso, hoje o aluno está mais independente do adulto, já consegue esperar (não fica gritando e nem batendo a cabeça na parede quando não consegue realizar seus desejos de imediato), consegue interagir com os colegas em algumas atividades, nunca fica fora de sala e quer sempre participar das atividades coletivas, embora ainda seja difícil para ele ter uma opinião própria. Os avanços são significativos, e o retorno tem sido enorme.

Especialista fala sobre o crime no Brasil

Por Thâmara Kaoru e Ligia Gauri

José Arbex Junior é jornalista e leciona na PUC. É editor do jornal laboratório contra ponto dos alunos da PUC, editor especial da revista Caros Amigos, além de trabalhar no conselho editorial do Brasil de Fato como editor do boletim mundo.

Em “O Auge do Relativismo”, do Mundo Pós Moderno, você diz que não há mais noção de bem e mal, certo e errado, sem que isso seja contestado. Você acredita que em relação às organizações criminosas também já está distorcida essa idéia de bem e mal?

Arbex: É que a própria idéia do que é crime é uma idéia muito prejudicada, o que é crime? Por exemplo, eu considero crime você mandar para fora para pagar banqueiros internacionais dezenas de bilhões de dólares em juros, enquanto a população dentro do Brasil está passando fome, não tem escola, não tem hospital... Isso é crime ou não é?
Eu acho que é crime o capital especulativo ganhar bilhões com os jogos financeiros da Bolsa de Valores sem ter nenhuma relação com a produção real de riquezas materiais... Isso é crime ou não é? Quer dizer, o que é crime atualmente, então? Crime é aquilo que é considerado meramente assunto policial? Eu acho que crime é muito mais do que um assunto policial, envolve práticas lesivas da sociedade, mas a partir do momento que o neoliberalismo consagra a idéia de que a busca do lucro ilimitado é legitimo, “vale tudo por dinheiro” como diz o Silvio Santos. Eu acho que a partir desse momento, a fronteira do que é crime e o que não é, fica uma fronteira prejudicada, eu acho que hoje em dia ninguém tem muito claro o que é crime e o que não é.


Quanto a mídia tem colaborado para a reflexão da sociedade? Você acha que no caso do PCC, os jornalistas estão cumprindo bem o papel de informar?

A: Eu acho que a mídia tem jogado um papel importante para entorpecer a consciência da sociedade sobre seus próprios problemas. A partir do momento que você cria um discurso que o mercado é a solução para todos os males, de que é só através do mercado que você vai resolver o problema da saúde, da educação, da aposentadoria e são as leis do mercado que devem reger as relações entre dos seres humanos, a partir desse momento é que é cada um por si e ninguém por ninguém. Quer dizer, então eu vou cuidar das minhas coisas, você vai cuidar das suas das suas. Isso gera um processo de fragmentação social que tem por passe aquela famosa sentença da Margaret Thatcher que é “Não existem sociedades só existem indivíduos”. Então essa é uma lógica individualista que abole a idéia de solidariedade social. Isso aí evidentemente prejudica qualquer reflexão sobre o destino da sociedade e nisso a mídia tem uma responsabilidade.

E no caso do PCC, você acha que os jornalistas estão fazendo uma cobertura correta? E que estão cumprindo com o seu papel?

A: Não. Os jornalistas não cumprem o papel porque eles retratam o PCC como se fosse um problema somente da esfera criminal. Então esse é um exemplo daquilo que eu estava te dizendo antes. Por que surge o PCC? Ele surge em uma situação de miséria social, de desmantelo do edifício prisional brasileiro. A população que vive nas prisões do Brasil vive em condições de absoluta miséria, é um deposito humano, é um absurdo o que acontece. Às vezes, não tem nem lugar para o preso dormir na cela, as pessoas tem que ficar penduradas na grade para outros poderem dormir, existe pratica de tortura cotidiana, é um terror, é um inferno. Então é claro que isso dá estimulo para o surgimento de organizações como o PCC. Por que acontece isso? Porque no Brasil não tem verba para sistema prisional, não tem verba para educação, não tem verba para saúde. E por que não tem verba? Porque os juros vão para pagar os banqueiros e não para o povo brasileiro. Então quando os jornais deixam de fazer essa discussão e situam o problema do PCC exclusivamente na esfera criminal, sem levar em conta o aspecto social mais amplo do problema, ele contribui para tornar o problema insolúvel, porque como é que você vai resolver o problema? Se você não aborda as causas verdadeiras dos problemas? Só tem um jeito, é fuzilar o PCC, quando eu acho que a solução não é fuzilar o PCC, é resolver os graves problemas de desigualdade social no Brasil.

Então você acha que o PCC tem algum fundo ideológico ou na verdade eles só estão reivindicando por causa das regalias mesmo?

A: Pelo que eu li de tudo o que eles escreveram, eles estão reivindicando que se cumpra a lei. O Brasil é tão louco, que é o único país que eu conheço que forma um grupo criminoso organizado para exigir o cumprimento da lei. O que eles estão exigindo? Vida decente para os prisioneiros. É isso que eu li até agora. Eles estão exigindo que se cumpram as normas de direitos humanos para os prisioneiros.

Você diz no seu livro “O século do crime” que muitos da classe média na África aderiram ao crime. E no Brasil também?

A: Cada vez mais. O narcotráfico movimenta por ano pelo menos dois trilhões de dólares. Quando eu escrevi o livro, movimentava mais de 500 bilhões. Agora está na fase de dois trilhões de dólares. Isso é muito, muito, muito mais do que o PIB (Produto interno Bruto) brasileiro, é quatro vezes o produto interno bruto do Brasil. Onde está esse dinheiro? Não está em Heliopólis, não está na Rocinha, não está nas favelas. Esse dinheiro está no circuito financeiro, está na Bolsa de Valores, nos grandes bancos. É ai que está o dinheiro do narcotráfico. E quem manipula esse dinheiro? É a classe média e a burguesia.

A Equipe do Acontece entrevistou o João de Barros da revista Caros Amigos. Ele falou que há empresas que ajudam o PCC “indiretamente”. Você também concorda com isso?

A: Claro, porque o PCC, inclusive, é envolvido com a exploração de linhas de ônibus, de vans, está envolvido com o narcotráfico, porque existem setores de bairros que ele controla em conjunto com o narcotráfico e também em conjunto com a policia. Quer dizer, você tem uma vasta rede de corrupção e de alianças diretas ou indiretas que associam o PCC, a polícia, o narcotráfico e setores da classe média.


Na Califórnia, os líderes são vistos como salvadores. No Brasil também?

A: Eu acho que dado o caos que existe no Brasil, caos em todos os setores, caos no setor da saúde, caos no setor da educação no setor econômico, dado o caos que está no Brasil, quando surge um grupo organizado como o PCC, que funciona, as pessoas ficam admiradas, ganha a simpatia das pessoas, “‘pô’ esse grupo funciona”. Eu acho que existe um pouco disso sim.

Mas você acha que é mais da classe baixa que conviveu com os lideres atuais?

A: Acho que é em todos os setores. Eu já até ouvi campanha “Lula não cola, para presidente quero o Marcola.” (risos).

Agora estão falando mais do Marcola do que dos próprios governantes?

A: É, por causa disso, porque a organização dele mostrou centralização, coerência, coesão. Então isso tem um efeito que atrai as pessoas numa situação de caos que é o Brasil.

Por que a criminalidade continua?

A: Porque paga muito bem. Escuta aqui: por que o narcotráfico não é legalizado? Porque não paga imposto. As pessoas que comandam o narcotráfico, que estão nos bancos, no grande sistema financeiro, elas sabem que é o negocio mais lucrativo do mundo. Porque não paga imposto. O dia-a-dia do narcotráfico é bom para a polícia, porque suborna os policias. O narcotráfico suborna juizes, suborna deputados, suborna senadores, compra a consciência de milhões de pessoas no mundo inteiro. Então nós temos um a vasta rede de interesses, que está associada direta ou indiretamente ao narcotráfico e que faz com que o crime organizado se perpetue.


Você disse em seu livro “Showrnalismo” que após a Queda do Muro de Berlim, sua visão de mundo mudou e que as pessoas não davam tanta importância para o acontecimento. Você até disse que no dia a Folha de São Paulo publicou uma outra notícia e essa que foi tão importante foi deixada de lado, não recebendo o destaque merecido. Porque você acha que isso aconteceu?

A: Uma visão ridícula, subalterna, provinciana do que é o Brasil no lugar do Brasil no mundo. Quando você considera que o Silvio Santos é mais importante do que o muro de Berlim, significa que sua visão só chega até o quintal da sua casa e não passa disso. Então quer dizer, é uma incapacidade de olhar para o resto do mundo e entende-lo. E de situar o Brasil nesse contexto mundial.

Você acha que para que os brasileiros busquem soluções e “acordem” para o problema eles também tinham que viver a situação? Você acha que os brasileiros precisam de alguma coisa assim para abrir a visão, como a queda do Muro de Berlim teve para você?

A: Eu não diria os brasileiros, a elite brasileira é uma elite provinciana, atrasada, mesquinha corrupta, ela está acostumada com 500 anos de mando arbitrário no país, nos 400 anos de escravismo e depois das varias ditaduras militares que houve no século XX. Então é uma elite que não suporta a democracia, que não tem nenhum compromisso com o país, é uma elite completamente subordinada ao capital estrangeiro. Ora, essa elite não vai mudar o Brasil. Só vai mudar quando essa elite for varrida. Precisa ter uma grande compulsão social no Brasil para derrotar a elite e produzir um outro país.


Então os ataques não foram um motivo para a elite acordar?

A: Não. Eles fazem parte disso, faz parte do jogo.

E você acha que a mídia contribui para a fama do Brasil de ser violento?

A: A própria mídia é violenta. A mídia é o que? Ela é endereçada! Quantas pessoas lêem jornal no Brasil? Sete milhões. O Brasil tem 180 milhões de habitantes. Sete milhões que lêem jornal, que dizer, ela é uma imprensa típica da elite, que é uma imprensa da elite, para a elite, pela elite, e é a televisão que chega para a população inteira. E para chegar à população inteira ela diminui o nível dos programas, explora o sensacionalismo, a baixaria, o sexo. Então uma imprensa que quando escrita é uma imprensa violenta porque é da elite e na televisão ela é violenta porque ele é uma imprensa suja, sensacionalista, barata, então a própria mídia faz parte da violência no Brasil.

Você fala em “O século do crime” de várias facções como a da Rússia, China e Japão. Por que a imprensa não faz uma divulgação do que acontece nesses países? E a imagem do Brasil que se tem lá fora é tão distorcida por sermos um país de terceiro mundo?

A: Não, veja bem, no Brasil 45 mil pessoas morrem por ano vítimas de conflitos violentos, 45 mil. A ONU considera que 15 mil mortes violentas por ano já são suficientes para caracterizar guerra civil. Quer dizer, no Brasil tem três guerras civis acontecendo, 45 mil pessoas por ano, são mais de 100 pessoas por dia, é mais do que está morrendo no Iraque hoje aqui no Brasil. Então isso que gera no mundo um espanto. Que país é este?

E você acha que a mídia está especularizando este caso do PCC?

A: Claro, exatamente porque tira do contexto, não explica suas origens sociais, não explica suas causas, não explica o que surge no contexto de miséria, desigualdade social, etc. Então parece que é um crime pelo crime, surgiu do nada, espontaneamente e não é verdade.


Você disse no seu livro “Showrnalismo” que no atentado de 11 de setembro não foram mostradas as mortes em si. O que fez com que tivesse um aspecto cinematográfico. E no caso do PCC? Já que a mídia mostra as mortes, ataques, ameaças. Qual é a comparação?

A: É que são dois casos diferentes, no caso do 11 de setembro o governo dos Estados Unidos estava preparando os país para guerra, para atacar o Afeganistão e atacar o Iraque. Ora, você não prepara o seu país para a guerra mostrando os seus mortos, porque aí você abate a sua moral. Eu vou entrar em uma guerra com gente morrendo. Agora aqui no Brasil há um contexto completamente diferente. A idéia é você criar pânico na classe média, para fortalecer a polícia e fortalecer o autoritarismo do Estado. O Estado tem que ser forte para controlar essa “bandidada”. Então a idéia é fortalecer o autoritarismo do Estado brasileiro.

Qual a sua opinião sobre a ousadia da facção criminosa não só em relação aos ataques, mas também ao seqüestro do jornalista Guilherme Portanova?

A: Eu acho que como eu lhe disse, eles são uma organização que tem alto índice, pelo menos aparentemente, de coesão. São bem organizados, bem estruturados, sabem o que quererem. E eles pegaram essa oportunidade. Faz parte desse jogo deles de pressionar a sociedade e de mostrar que eles estão bem organizados.

Você acha que a Rede Globo fez bem em mostrar o vídeo?

A: Eu acho que ela não tinha opção. Ela não podia correr o risco do cara ser assassinado pelo PCC. Era um risco muito grande que ela corria. Principalmente depois do escândalo que foi o Tim Lopes. Quando ela praticamente obrigou o Tim Lopes a subir os morros do Rio e praticamente o jogou nos braços dos assassinos.


No seu Livro, há uma frase que me chamou a atenção: “O país [Brasil] é prioridade n° 1 na luta mundial contra a solidificação do Século do crime”.
Levando em conta as máfias da Itália, Japão, Rússia, China, por que o Brasil é o numero um nessa luta contra o Século do Crime?

A: Nenhum país se compara ao Brasil. Primeiro em número de mortes, 45 mil por ano, além disso, do tipo de especularização que existe no Brasil com a riqueza brasileira, são na ordem de bilhões de dólares, é muito dinheiro, qualquer ‘escadolozinho’ no Brasil é na ordem do bilhão de dólares. Então isso faz com o que Brasil seja visto com uma espécie de terra virgem, terra de ninguém.

No seu livro você menciona que o Brasil abriga muitos mafiosos que vêm de outros países se refugiar aqui. Mas por que o Brasil?

A: Por causa da situação de descontrole do Estado.

E quanto à localização?

A: Não, é descontrole do Estado mesmo. O Estado brasileiro é caótico, corrupto, tradicionalmente corrupto. Isso mudou um pouquinho, acho que a Policia Federal nos últimos cinco anos alterou um pouco essa realidade. Então não está tão grave quanto na época que eu escrevi o livro.


SAIBA MAIS!

Entenda alguns termos utilizados por membros do PCC:
Irmãos: Integrantes da facção
Primos: Simpatizantes do PCC
Torres: Líderes mais graduados
Pilotos: Levam ordens aos Soldados
Soldado: Executa ordens
Bin Ladens: Pessoas que têm dívidas com o PCC e pagam com favores
Faculdades: Penitenciárias
Bodes: Telefones celulares
Fazer subir: Matar alguém
Mandar um salve: Dar um aviso
Fonte: Revista Época. Edição n°418.

Pedagoga esclarece dúvidas sobre a inclusão educacional


Entrevista realizada em 25 de Agosto de 2006 com a Diretora de Educação Infantil do Colégio Presbiteriano Mackenzie, Débora Muniz.



Por Ana Ignácio e Nathália Duarte


Pedagoga Professora por 21 anos Hoje, responsável pela área administrativa.


O que seria um aluno especial?

Comumente, aluno especial é aquele que apresenta alguma dificuldade de aprendizagem ou aquele que tem alguma deficiência física que o impeça de ter o mesmo ritmo, facilidade de locomoção, audição, fala que os outros. Eu não gosto do termo crianças especiais porque todas são especiais. Cada uma é individual, singular e cada um é especial... Estas crianças, se por um lado exigem mais atenção e tempo, por outro lado elas têm muito a nos ensinar e a convivência de crianças que não têm esse tipo de dificuldade com crianças que têm é muito enriquecedora para ambas as partes. Aprender a conviver com as diferenças e entender que existem pessoas que às vezes têm dificuldades grandes e que a superam, acaba sendo muito educativo para os outros.


Esta ainda é uma questão vista com muito preconceito?

Eu não diria preconceito. Entre os professores não há, os professoras principalmente os nossos, entendem muito bem isso, trabalham muito bem, pra nós não há absolutamente diferença. Para alguns pais talvez haja medo, medo dessa convivência até pelo próprio cuidado maior que essas crianças requerem em alguns momentos. Preconceito acredito que não haja mais, as pessoas já aprenderam a entender. Pelo menos no nosso meio essa é a realidade. Talvez em comunidades que não tenham ainda passado por esse processo de amadurecimento possa existir. É uma questão de aprender. No começo tudo é mais difícil, o primeiro ano que você tem um aluno com dificuldades dessa natureza, a reação é uma, no seguinte já não há. À medida que o tempo vai passando as pessoas vão entendendo e aceitando e acabam se apegando às crianças. Elas são sempre muito carinhosas. A dificuldade que elas têm por um lado, elas compensam sendo muito afetivas por outro.


Existe alguma preparação especial para os professores que receberão alunos com necessidades especiais em suas turmas?

As coisas quando vão acontecendo, às vezes não nos dão tempo de parar e se preparar, mas nós temos muitos momentos de reunião, encontros onde isso é discutido. Já foi mais conversado quando o processo começou mas ainda hoje nós discutimos muito essas questões, a necessidade de nos adaptarmos e de aprendermos. Há um interesse muito grande das pessoas em aprender a trabalhar, entender qual é a dificuldade e o que fazer pra ajudar então, normalmente, quando nós recebemos uma crianças nova com alguma dificuldade não é precisa falar nada, as pessoas envolvidas no trabalho com aquela criança vão atrás de saber o que é, como tratar, as dificuldades que a criança pode apresentar, de que forma pode-se trabalhar melhor com ela e um já passa pro outro, então há um empenho grande de aprender para poder fazer melhor.


Você considera importante que a esses alunos seja dada uma atenção diferente ou trata-los iguais pode trazer mais benefícios?

Acho que o importante é cada um ser visto como um, agora, as regras e as normas têm que ser as mesmas para todo mundo. Tratar diferente no que diz respeito a regras é excluir então é um processo complicado, você está incluindo ou excluindo? Atender na sua necessidade, por exemplo, a crianças que têm um problema de visão é uma atitude que nós temos e todos entendem que ele não está sendo diferente, que ele está sendo atendido naquilo que ele tem dificuldade, num momento de prova, por exemplo. Assim como um aluno que não tem necessidade nenhuma, mas que quebra o braço, também tem um tratamento especial. Ele também é atendido separadamente por alguém, então eles percebem que a justiça, a forma de tratar é a mesma pra todos, o que muda é o atendimento naquele momento específico para uma dificuldade específica. Mas a regra do jogo é a mesma para todos.


O que você considera que traz mais benefícios para os alunos com necessidades especiais: Colocá-los em escolas especiais ou escolas comuns?

Acredito que o melhor é o que está se tentando fazer. Talvez nós ainda não tenhamos conseguido chegar ao ideal, mas separá-los, excluí-los num gueto deles, eu não vejo como trazer benefícios. Eles serão tratados com maior atenção, serão respeitados naquela dificuldade mas eles não terão a oportunidade do convívio. Agora, entendo que a criança que tenha alguma necessidade especial precisa freqüentar uma escola normal pra ter a convivência, mas ela também precisa, muitas vezes, do acompanhamento de um profissional específico. Não é só pôr na escola, é suprir também a necessidade com o profissional de que ela precisa. A criança precisa das duas coisas: da escola com a convivência e com o conteúdo, e de alguém que o atenda na sua necessidade. Deixar tudo pra escola também é impossível.


Os alunos com necessidades especiais têm possibilidade de se tornarem completamente independentes?

Sim, não vão a vida inteira ficar dependendo de alguém. Acredito que sim, sendo realizado um bom trabalho, a criança vai automaticamente evoluindo e gradativamente superando as suas dificuldades e podendo ter uma vida normal.


Há casos de crianças especiais no Mackenzie?

Temos bastantes. Temos síndrome de Down, deficiente visual, auditivo, paraplégico. Alguns estão aqui ainda e convivem maravilhosamente com os outros alunos.


Vocês já receberam aqui no colégio algum caso de autismo?

Nós tivemos, sim, uma criança em que havia a suspeita mas você só pode dizer se é ou não depois de um laudo médico. Nós não aceitamos dizer que "é isso", tem que ter um laudo médico que diga que a criança tem aquela doença, deficiência. Sempre que nós temos um aluno que precisa de acompanhamento de um profissional, a escola trabalha junto. Mantemos contato com o profissional porque acreditamos que o trabalho é melhor se for feito família, escola e profissional em conjunto, todo mundo trabalhando da mesma forma por um mesmo resultado.


É percebida a evolução dos alunos?

As professoras responderiam melhor sobre a evolução das crianças, mas há sim uma melhora efetiva. A menina que tem síndrome de Down, por exemplo, tem evoluído muito bem, está na educação infantil e tem por volta de 5 ou 6 anos.

CET expande faixa e decepciona

Nova faixa cidadã na Av Sumaré “estréia” com dois acidentes

Por Rafael Fonseca

Na última edição do Acontece (nº 30) foi publicada uma reportagem sobre a “Faixa Cidadã”, uma faixa preferencial para motos entre as avenidas Eusébio Matoso, Rebouças e a Rua da Consolação instalada pela Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP).
No dia 18 de setembro a CET inaugurou na Av. Sumaré uma faixa com as mesmas características, exceto uma: a da Av. Sumaré é exclusiva e não preferencial como previa a outra. Essa nova faixa também tem caráter educativo. Tem 2 metros de largura e 3 quilômetros de comprimento (vai da Praça Marrei Jr. até Av. Paulo VI).
A faixa ainda está em teste e permanecerá na Av. Sumaré pelo menos até novembro e se o projeto trouxer resultados positivos poderá ser levado para outras áreas da cidade. Segundo o secretário de transportes, Frederico Bussinger (conforme publicado pelo Globo Online): “[A faixa] é um pacto de convivência”. No entanto, haverá multa de R$127,00 para outros veículos que transitarem nela além de cinco pontos na carteira de habilitação.
Com a implantação da nova faixa o limite de velocidade na avenida baixou de 70 Km/h para 60 km/h, o que não evitou dois acidentes no primeiro dia de funcionamento. A CET tem por objetivo uma conscientização da população acerca da prevenção de acidentes. Portanto não espera resultados imediatos.

Saturday, October 07, 2006

Voluntários plantam esperança

Asilo Sítio das Alamedas recebe nova horta

À esquerda Dna. Ivone, moradora do asilo, cativa
voluntários com sua simpatia.

Por Letícia M. Gouveia e Mayara R. Campagna


O Rotaract Mackenzie Club também procurou fazer a diferença no Dia Mackenzie Voluntário. O lugar escolhido foi o Asilo Sítio das Alamedas, um dos projetos da ONG Coordenação Regional de Obra de Preservação Humana, fundada há 36 anos. A atividade visou a criação da horta, a realização de um almoço e a promoção de atividades recreativas como o campeonato de dominó e o bingo.Segundo a líder do grupo, Roberta Nascimento, 26 anos, formada em Direito pelo Mackenzie, o evento é de extrema importância para a sociedade. "Fazer trabalho voluntário é simples, fácil e barato. Basta fazer o bem a alguém com aquilo que você sabe fazer bem", afirma. A maioria dos voluntários presentes teve seu primeiro contato com o Mackenzie Voluntário, acharam importante fazer a diferença e pretendem participar das próximas edições. "Como minha filha que cursa de Direito no Mackenzie não poderia comparecer, fiz questão de vir e trouxe comigo minha irmã e minha prima. Achei muito interessante esta experiência, pois minha pós-graduação era justamente sobre o envelhecimento. E pude desta forma trabalhar com algo que já conhecia", afirma Vânia Alvarinho, 47, psicopedagoga.

Em busca da independência

Os moradores estão no asilo provisoriamente. O programa trabalha com a autonomia para que eles possam trabalhar e viver de forma independente. Mas suas principais queixas são a solidão e algumas dificuldades de convivência, a promoção deste evento pôde reviver a alegria, e o vínculo entre os idosos. "Gosto muito daqui, sou muito bem tratado. No entanto, temos muitas dificuldades de convivência, as pessoas são muito diferentes uma das outras, e queria minha independência", afirma Marco Antonio Ferreria, de 65 anos, residente no asilo há 3 anos. Dona Ivone Pereira Leite, 68 anos, moradora do asilo desde maio deste ano, declara que se sente muito feliz. "Hoje estão nos ajudando não só no material, mas também no emocional. É lindo ver como esses jovens não deixam o que podem fazer para o outro, este dia foi muito importante pra mim". O objetivo deste projeto é poder acompanhar o desenvolvimento da parte de jardinagem do asilo, procurando fazer algo diferenciado que visa atender as necessidades deles com a resolução dos problemas do dia a dia.

Um dia de solidariedade contado por trás dos bastidores

Reporter do Acontece acompanha realização de documentário sobre o DMV

Por Tainá Figuerôa

Começamos o dia de voluntariado em círculo e de mãos dadas às 6:00 horas da manhã. Pessoas diferentes, com funções diferentes vestindo a mesma camisa, todos por um único ideal.
Equipes se despedem e partem ansiosas para retratar as ações do Dia Mackenzie Voluntário. Seguimos rumo a Unidade Tamboré.
O primeiro projeto documentado, “Educação Física e Cidadania”, acontecia numa quadra ao ar livre, onde crianças moradoras da favela conhecida como Buraco Quente em Osasco, aprendiam valores éticos e religiosos por meio de prática coletiva de esportes. E assim que elas notavam a presença das câmeras filmadoras, aproximavam-se rapidamente com olhos curiosos. “Você é cantora?”, pergunta Ingrid, de 5 anos, encantada pelo microfone que estava em minhas mãos. João Gomes da Silva, professor do Colégio Mackenzie e líder do projeto comenta: “Essas crianças saem da margem através de oportunidades como esta”.
O motivo de muita curiosidade de nossa equipe era o casamento proporcionado pela ação Resgatando Cidadania III, e realmente correspondeu a todas as expectativas. Maria das Dores e Camilo emocionaram com sua história. “Só posso agradecer, hoje realizei um sonho, tenho uma família de verdade. Graças a Deus e a vocês, voluntários do Mackenzie.”Final da tarde, trabalho cumprido, imagens e sensações congeladas, não só nas fitas de vídeo, mas principalmente, em nossas mentes, aprendizado para a vida toda.

Atividades com música e dança emocionaram voluntários e mackenzistas


Por Camila Braga e Fernanda Pierina


O III Encontro Mackenzie de Projetos Culturais Alternativos e Solidários estreou sua participação no Dia Voluntário este ano, porém já é desenvolvido desde 2004. O projeto é encabeçado pela Divisão de Arte e Cultura da faculdade, coordenado pelos professores Clério Ximenes, Júnia Chagas e Sandra Boletti. A idéia é abrir espaços para encontros que divulguem trabalhos culturais de caráter solidário. Este ano foram convidados os corais Infantil da Escola Estadual Mariana Cintra, EJA/Alfasol (jovens e adultos), Moradores de Rua da Casa Porto Seguro, SELI (deficientes auditivos) , ADEVA (deficientes visuais), além dos grupos Ruri Daiko (excepcionais tocando tambores japoneses “Taikôs”) e Bombelêla Dance Company (cadeirantes, crianças, jovens e outros).
As apresentações encantaram a todos que estavam presentes. Para o voluntário André Chaves da Silva, aluno de Publicidade, o projeto ajuda a exercer a cidadania dos estudantes. Foi o seu primeiro ano de participação no Mack Voluntário e pretende voltar no próximo, talvez até como líder. Uma das cantoras do ADEVA, Célia Aparecida, é deficiente visual desde que nasceu e canta há três anos. “Música é uma coisa mágica, envolve muito a gente”.

Oficina ensina crianças a montar arranjos orientais

Por Fernanda Kluppel e Luciana Barrella
A Oficina de Ikebana foi uma iniciativa da aluna Nádia Grazzi, que trouxe voluntários da Escola Sanguetsu para ensinar as crianças a fazer arranjos de flores. O material foi doado por pessoas que queriam ajudar, mas não puderam comparecer. Já as caixinhas, pela própria escola.
As crianças estavam muito empolgadas com os arranjos, principalmente as meninas. “Eu adoro mexer com as florzinhas, então foi muito legal aprender a fazer. Já fiz 11!”, diz Gabriela Venâncio, de 6 anos. As organizadoras previam a composição de cerca de 250 arranjos.

Inclusão Digital chega ao Mackenzie


Por Luciana Barrella, Gabriel Smirne e Michele Roza

O projeto de Inclusão Digital tem como objetivo fornecer técnicas para o uso básico do computador e das tecnologias de informação, beneficiando deficientes visuais e indivíduos com pouca noção de informática. Os voluntários atenderam no prédio 14 do Campus São Paulo, em duas salas de informática cedidas pela Universidade.
Um dos laboratórios foi utilizado para a capacitação profissional de um grupo de Cotia, em que os voluntários forneceram auxílio na criação de currículos e contas de e-mail, enquanto o outro foi direcionado aos deficientes visuais.


Deficientes Visuais

Roseli Behaker Garcia, deficiente visual e líder do projeto, é funcionária no RH do Mackenzie. Ela afirma que “o objetivo do projeto é despertar [interesse pela] informática para os deficientes visuais” e acredita que a inclusão digital é um passo importante para a inclusão profissional e social. Essa iniciativa tornou-se possível graças ao software Virtual Vision, cedido pela MicroPower, que auxilia os deficientes através de um sintetizador de voz, leitor das informações presentes na tela.
Este projeto é um embrião para a possível criação de um Centro de Inclusão Digital na UPM.

Palestras de cadeirante são lições de vida

Por Luciana Barrella e Gabriel Smirne

O projeto Movimento Jovem Kodomono-Sono, que em português quer dizer “Jardim das Crianças”, trouxe ao Mackenzie Luiz Eduardo Bouldakian, deficiente físico e mental, para falar sobre sua trajetória.

O palestrante narrou algumas das dificuldades e desânimos que enfrentou e assim, aos poucos, se tornou um exemplo de coragem perante a vida.

Luiz Eduardo discursando no Mackenzie.

Luiz falou sobre um fato que mudou sua vida para sempre: quando jovem, foi abordado em casa por um grupo de crianças que estavam fazendo um trabalho escolar sobre deficientes e o convidaram para dar um depoimento. Ele aceitou o desafio e a partir daí nunca mais parou de dar palestras.

Ele afirma que percebeu o valor de suas histórias quando uma pessoa, após ter assistido uma de suas palestras, lhe disse que ele acabara de salvar sua vida, pois ia cometer suicídio. Luiz ressalta a importância de valorizar as pequenas coisas, como o simples gesto de levantar-se de uma cadeira. “Vocês são felizes, e não sabiam” afirma ele, com brilho nos olhos.

Luiz já palestrou na IMES e na UNIBAN e deixou a intenção e desejo de retornar ao Mackenzie.

O seu tratamento é pago com o dinheiro proveniente das palestras e com a venda dos produtos da linha Aprendendo a Viver, que podem ser encontrados no site http://www.aprendendoaviver.com.br/.

Projeto Dia da Alegria realiza atividades no Abrigo das velhinhas

Mackenzie reúne voluntários num dia de solidariedade




Por: Juliana Alberico Gutierre

O Projeto Dia da Alegria visa proporcionar muita diversão, descontração e solidariedade às idosas do Abrigo Frederico Ozanam.
Os voluntários começaram suas atividades logo cedo. Algumas “vovós” usufruíram o cantinho da beleza, no qual as voluntárias as maquiaram e as pentearam. Outras preferiram a mesa de jogos e o cantinho dos contadores de história. Terminadas as sessões de beleza e de jogos, as vovós fizeram uma pausa para o almoço reforçado, preparado pelos voluntários. Após o almoço, as mulheres participaram das gincanas. Para o encerramento, uma Festa do Havaí foi idealizada, em clima de alegria e fraternidade.
“Eles alegram o ambiente. Eu adoro quando vem visita, é muito legal, é maravilhoso”, comenta a senhora Violante Pedro, de 85 anos, a respeito do trabalho dos voluntários.

TV Mackenzie divulga DMV


Por Fernanda Kluppel, Luciana Barrella, William Maia

A TV Mackenzie se preparou para cobrir o DMV durante as duas semanas anteriores ao evento, gravando matérias sobre trabalho voluntário. Foram formadas cerca de quinze equipes para cobrir os projetos realizados em São Paulo, dentro e fora do campus, fazendo entradas ao vivo de hora em hora.
A princípio, a idéia era que só os alunos fizessem a cobertura. Porém, a equipe acabou contratando outros profissionais para manusear as câmeras. As reportagens foram feitas por voluntários e por estagiários da TV.
O projeto da TV Mackenzie é o “TV do bem” e visa divulgar o trabalho voluntário do Instituto. “Para mim, é muito bom estar trabalhando nesse projeto, pois estou lidando com a profissão que gosto, adquirindo experiência e ao mesmo tempo ajudando o próximo”, diz o estudante de Jornalismo Luis Felipe Freitas, voluntário do projeto. De acordo com o estudante e estagiário da TV Mackenzie, Rodrigo Andreolli, fazer links ao vivo é muito enriquecedor, principalmente para aprender a lidar com imprevistos.

Restauração e arborização de praças atraem voluntários

Reitor e vice-reitor plantam mudas na Pça. Roosvelt

Por Fernanda Pierina e Juliana Moraes

O idealizador do projeto "Quem Ama, Arboriza", Félix Rocha, de 33 anos, nasceu na Amazônia e cursa o segundo ano do ensino médio, no Colégio PresbiterianoMackenzie. "Acho essa praça muito interessante, mas está completamente abandonada!", sobre a praça Roosevelt. A intenção dele é arborizar e revitalizar aspraças ao redor da Universidade. Reclamou da burocracia da prefeitura, quedemorou dois meses para autorizar e enalteceu a estrutura que o Mackenzieoferece.As voluntárias Clarissa Fusco e Bruna Lekich, que cursam Biologia, escolheramesse tema por ser próximo da sua área de atuação. César França, de 35 anos,formado em Engenharia Civil e estudante do primeiro semestre de Teologia,participa por ter uma visão idealista e por pensar no lado social, dos moradoresde rua.O coordenador geral do Mackenzie voluntário, Marcos Serjo, disse que as expectativassão as melhores possíveis, pois conta com 13.309 voluntários trabalhandoe quase 15.000 mil inscritos. "No primeiro ano eram quatro mil, no segundo,onze mil e no terceiro, treze mil. Para o ano que vem, esperamos mais devinte mil voluntários", comenta.Segundo o Reitor Manassés Fontelles, o Mackenzie Voluntário está "vinculadoa uma história de mais de cem anos de responsabilidade social. Esse dia representauma posição pedagógica de um país de excluídos. Um dia de voluntariado mudaa idéia das pessoas".

Doação de sangue atrai doadores em número maior que o esperado

Por Paula Carone e Raíssa Abdalla

Na área da saúde, um dos projetos do DMV que se destaca é o “Engenharia Doando Vida”, que já se encontra no terceiro ano de realização. O projeto constitui em estimular a doação de sangue e também a realização o cadastro para se tornar um doador de medula óssea. Este evento ocorre dentro do campus e na unidade do hemocentro da Santa Casa. Aproximadamente 700 pessoas se inscreveram pelo site e a doação já estava disponível há 15 dias.
De acordo com a responsável pelo projeto, Célia Mendes, professora de Engenharia de Materiais e de Produção, a cada ano a procura aumenta. “No período da manhã, esgotaram-se os brindes que o evento distribui para os inscritos.”
Além de Célia, as professoras Ana Júlia Rocha e Raquel Cymrot também fazem parte da organização do projeto, além de idealizá-lo.
Segundo o aluno de Farmácia Leandro Padovês, e Victor Borin, de economia, a doação de sangue não desmerece outros projetos. Eles o consideram o mais importante, pois lidam diretamente com a possibilidade de salvar vidas. Os dois foram doadores pela primeira vez e acreditam na importância de outras universidades realizarem eventos similares ao DMV, já que os alunos aprendem desde cedo a exercer o voluntariado.

Portadores de paralisia cerebral criam cartões encomendados por empresas

Por Thaís Gomes

A Associação Educacional Quero-Quero de Reabilitação Motora e Educação Especial existe há trinta anos e foi fundada por Valde e Paulina Ghertman, que tiveram um filho com paralisia cerebral, e não encontravam em São Paulo uma instituição que integrava todas as atividades de que um portador especial necessita. A instituição possui dez profissionais com especialidade neurológica. São fisioterapeutas, fonoaudiólogas, terapeutas ocupacionais e psicólogos que desenvolvem atividades diárias para a adaptação e estimulação dos pacientes. Um dos principais objetivos da Instituição é dar uma melhor assistência para as crianças e inserir os adultos no mercado de trabalho. Para isso, existe o Espaço Cria-Ação, um projeto onde os adultos a partir do contato com a natureza desenham suas impressões em um cartão comercializável. Parte do dinheiro arrecadado fica com a Instituição, que não possui fins lucrativos, e a outra parte é rateada entre os alunos. Ana Lúcia Barros, de 36 anos, só se comunica através de uma prancha de comunicação alternativa desenvolvida pela fonoaudióloga, e com essa adaptação já escreveu quatro livros infantis, que já foram adaptados para um teatro de fantoches. ”Gosto de escrever sobre o universo infantil”, relata Ana Lúcia. A coordenadora pedagógica Sandra Carabetti diz
que os pacientes possuem uma seqüela irreversível que deve ser trabalhada para uma melhora no estilo de vida. “Essa integração com os alunos do Mackenzie é muito importante”, conclui Sandra.

Projeto faz entrega de roupas e alimentos a moradores de rua

Por Fernanda Pierina e Juliana Moraes

O projeto “Cidadania: Moradores de Rua”, que teve como objetivos distribuir roupas e alimentos, contou com 11 voluntários, além de um líder e um apoiador, todos alunos e professores do Mackenzie. A entrega de aproximadamente 200 sacolinhas com lanches foi feita nos arredores de Higienópolis.

Entre os voluntários, está Thiago Machado, aluno de Desenho Industrial, que participa do Dia do Mackenzie Voluntário pelo segundo ano. Ele diz achar esse tipo de iniciativa extremamente gratificante: “O ano passado participei pintando muros de uma creche e ainda brinquei com crianças”, relata Thiago, com sorriso no rosto.

A líder do projeto, Cirene de Castro, conta que participa do Mack Voluntário desde o início, em 2004, e que se sente realizada com essas experiências.

Ao receber uma dessas sacolinhas, Júnior, um morador de rua, agradeceu e contou que um de seus sonhos é ir para a Bolívia, jogar em um time de futebol.
Roupas e alimentos não são as únicas necessidades desse público. Rosa Maria Vieira, presidente da Organização Comunitária Vieira, um projeto da região central, comenta que “essas ajudas de um dia são válidas, mas devemos pensar sempre em algo mais duradouro, como conseguir um abrigo e um emprego para eles”.

Um outro olhar sobre o voluntariado

Por Mariana Croche Vechies, estudante de Turismo da HOTEC e colaboradora

Acompanhar as estudantes de Jornalismo na cobertura do Dia Mackenzie Voluntário significou uma mudança de olhar. Foi possível perceber a importância dessas ações, desde a distribuição de roupas e alimentos, até a conversa amiga que se inicia no momento da entrega.Professores, alunos e pessoas de fora da UPM se juntaram como voluntários em tarefas, que vão desde a arborização de jardins até a capacitação de mães carentes. São eventos que abrangem diferentes conteúdos e faixas etárias a fim de trazer, por pelo menos um dia, uma mescla de diversão, conhecimento e carinho para aqueles que às vezes não tem esperança alguma.

Projeto do DMV ajuda a Casa de Apoio à Criança com câncer

por MARIA FONSECA e PAULA MATOS

O projeto Criança, liderado pela ex-aluna de Administração do Mackenzie, Fernanda Hida, de 19 anos, beneficiou a CAMACC (Casa Modelo de Apoio a Criança com Câncer). Este projeto já é realizado pelo Mackenzie Voluntário há três anos. Neste ano, com a ajuda do professor de Educação Física, Gian Carlo Moraes, 43 anos, foram feitas gincanas e brincadeiras de rodas. Coordenados por Fernanda, participaram alunos do Mackenzie e funcionários da Universidade, amigos e familiares.
Fernanda Cardoso, que trabalha no RH do Mackenzie, conheceu o CAMACC através de conhecidos e apresentou a instituição para o Dia Voluntário. A bibliotecária Gislaine Silva, 24 anos, participou de todas as edições e diz que “tudo que fazemos é gratificante.” Dessa vez, ela trouxe mais amigas, como a pedagoga Lourdes Cardoso, 33 anos, que diz nunca ter participado deste tipo de atividade, por falta de tempo e conhecimento. “Sempre me senti muito mal por isso, já que tenho a sorte de não ter tantos problemas como essas pessoas”, afirma.

Mulher é tema de debate e filmes durante o DMV

por Stephanie Lotufo e Fernanda Klüppel

O primeiro CineMack ocorreu no DMV desse ano e debateu assuntos como a realidade da mulher e seu papel na sociedade. Teve como alvo um público variado, se diferenciando por não focar instituições de caridade.
Para dar base ao debate, foi exibido o curta-metragem “Acorda Raimundo, Acorda”, de Alfredo Alves, abordando temas como a violência contra a mulher, gravidez indesejada e a inserção da mulher no mercado de trabalho. Ele mostra o papel do homem e da mulher invertidos pelo desenvolvimento da sociedade, diferentemente do filme exibido depois, “Se eu fosse você”, de Daniel Filho, que retrata isso acontecendo como se fosse mágica. Entre um filme e outro, houve uma palestra ministrada pelos voluntários sobre o assunto.
O projeto foi trazido para a Universidade através do estudante de publicidade Lucas Marqueto, que trabalha como voluntário no Consulado da Mulher, na empresa Cônsul. Lucas anseia que no ano que vem, haja o CineMackinho, onde o alvo serão crianças.

Corpo e Dança se apresenta para jovens e idosos

Por Camila Ferraz e Tiago Cadedo


Balé clássico do grupo Corpo e Dança em apresentação.

O Mackenzie cedeu o auditório Rui Barbosa para a apresentação de um espetáculo de Balé promovido pelo estúdio Corpo e Dança. Dirigido por Cristiane Rabelo e composto por 38 dançarinos voluntários de todas as idades, o projeto tinha o objetivo de apresentar a arte para crianças e idosos.
Ao meio dia, a diretora anunciou o início da apresentação com uma peça de Ballet clássico, seguida pela graciosa aparição das alunas mais novas da escola. A Pantera Cor-de-Rosa foi tema para a dança das garotas de 11 a 15 anos. Entre outros números apresentados, ainda se destacou o Tango.
Ao término do espetáculo, Cristiane pediu ao público uma salva de palmas para os bailarinos que enfrentaram um desafio inesperado: “Como o piso do palco é de madeira e levemente inclinado, foi necessário instalar um carpete especial para dar suporte aos dançarinos”, explica.

O projeto “Pintura em Rosto” encanta as crianças

Por Bruna Parron.

Corações, borboletas e “Batmans” são os desenhos mais pedidos pelos pequenos no projeto Pintura em Rosto, realizado em frente às quadras poliesportivas do campus. Além da pintura, o projeto também oferece esculturas em balões, cujos preferidos são cachorros e corações.
A satisfação é percebida pelo sorriso aberto das crianças assim que se olham no espelho, bem como nas dezenas de rostos pintados divertindo-se pelo campus do Mackenzie.
A coordenadora do Pintura em Rosto, Thais Borges, afirma que a idéia do trabalho veio de seu emprego. Ela trabalha em uma equipe de recriação e percebeu o efeito positivo das atividades sobre as crianças. Por isso, decidiu fazer as pinturas e as esculturas não só por dinheiro, mais também por caridade.
Os envolvidos começaram a trabalhar gratuitamente em parques, creches e orfanatos. Thais afirma ainda que a aceitação do trabalho é de 90%. “Em uma festa com cinqüenta crianças, a média de pinturas é quarenta e cinco”.

EJA: REDAÇÃO DE CIDADANIA

Professora Magda durante a palestra sobre reciclagem.

Por Carolina Barankiewicz e Gabriela Piovezan.

O Projeto de Redação EJA (Ensino de Jovens e Adultos), que ocorreu no prédio 12 do campus São Paulo, no dia Mackenzie Voluntário, promoveu uma oficina de redação para seus alunos.
A atividade complementa o conteúdo aprendido durante as aulas semanais, oferecidas pela UPM, desenvolvendo hoje uma redação sobre o tema reciclagem.
“É interessante porque eles se sentem valorizados”, diz Magda, professora de Biologia e colaboradora, sobre os participantes do evento.
Contando com uma equipe de aproximadamente 100 voluntários, liderados pela coordenadora do projeto Maria Claudia Rodrigues Alves, os beneficiados inscritos tiveram a oportunidade de discutir e formar opiniões sobre temas relacionados à cidadania. Após redigirem seus textos, todos participaram de uma dinâmica que visou uma maior integração do grupo.
A faixa etária dos alunos era diversificada, assim como as suas áreas de trabalho. Havia donas-de-casa, vendedores, um músico, um garçom e até um artista plástico. Todos possuíam, porém, a mesma expectativa: obter mais conhecimento neste dia.


“Luz nas Nuvens” promove diversas atividades no bairro do Brooklin


Por Paula Angelo.

Localizada na zona sul da cidade, a Unidade de Convivência da Criança Autista, a Lucca, recebeu participantes do Mackenzie Voluntário. Junto com alguns moradores da região, todos realizaram o primeiro “Luz nas Nuvens”, liderado pela professora Sonia Maria do Centro de Comunicação e Letras. O projeto tem como principal objetivo integrar a comunidade com um mundo “diferente”.
A Lucca, criado há 16 anos, recebe durante a semana entre 8 e 10 crianças e adultos autistas que passam o dia realizando diversas atividades. A instituição contou com aproximadamente 50 voluntários que se dividiram em tarefas, tais como a pintura do muro, a produção de materiais para a posterior venda em bazares e a arrecadação de dinheiro para a compra de brinquedos.
Apesar de ser a primeira participação dentro do Mackenzie Voluntário, a Lucca recebe apoio de professores e alunos da Universidade Presbiteriana Mackenzie desde fevereiro desse ano, com doações financeiras e de cestas básicas, por meio de jantares beneficentes.
Para Marília Ferraz, que leva diariamente seu filho Danilo de 22 anos para a instituição, o projeto é uma forma de trazer a igualdade entre os autistas e o mundo que o cerca, além de ajudar na socialização de todos os freqüentadores do local.

Administração da Universidade visita projetos do Dia Mackenzie Voluntário

Por William Maia, Fernanda Kluppel e Bruno Villegas.
Manassés Fonteles, reitor da UPM, acompanha
projeto com grupo de escoteiros.
A diretoria da UPM conferiu os projetos realizados no Campus São Paulo do Dia Mackenzie Voluntário. O reitor Manassés Fonteles, acompanhado do presidente do Instituto Mackenzie, Marcos Lins, e do diretor administrativo Gilson Novaes, acompanhou e registrou seu apoio ao desenvolvimento das atividades.

Segundo o reitor, a iniciativa da criação do projeto é importante porque não é uma prática comum no Brasil: “A tradição da participação das pessoas em atividades voluntárias é muito forte em países como Inglaterra, Alemanha e E.U.A. No Brasil, o Mackenzie é pioneiro nessa iniciativa, que vem sendo retomada nos últimos 10 anos”, afirma Manassés.

O número de participantes demonstra o sucesso do projeto. De acordo com Marcos Lins, esse número ultrapassa 14.000 pessoas. “Estamos muito contentes, esse é um testemunho cristão de como ajudar o próximo.”

Gilson Novaes reforça que a Universidade não segue modismos ou tendências de marketing e que esse caráter social é um valor existente desde a formação da UPM. “A solidariedade está presente na natureza mackenzista”, conclui.

Crianças são voluntárias no DMV

O Mackenzie abriu suas portas para a recepção de crianças e adolescentes moradores da Casa Abrigo Santana. 100 voluntários desenvolveram atividades de recreação, atenção e carinho aos beneficiados. O Abrigo existe há 11 anos e cuida de 60 pessoas. Porém, no momento, essa capacidade foi reduzida para 45 pois um incêndio destruiu parte da casa. Durante o evento, foram para a Casa 40 voluntários, para pintar e restaurar o local, enquanto 45 crianças vieram ao campus.

Os alunos da educação infantil e do fundamental I do colégio Mackenzie fizeram arrecadação de alimentos e de brinquedos. Essa participação não se reduziu apenas a doações. Alunas também foram voluntárias, como foi o caso de Mirella Massotti e Lígia Negrão, que estudam na 4ª série. Mirella, de 10 anos, diz que “ajudar quem precisa é legal, além de poder brincar bastante”. Ela realiza esse trabalho desde os 7 anos, quando houve o primeiro Mackenzie Voluntário. Crianças atendidas pela instituição também gostam desse dia, já que podem mudar suas rotinas, como declarou Carolina Conceição, de 14 anos, beneficiada pelo abrigo desde que nasceu.

Escoteiros participam do Mackenzie Voluntário

Por Fernanda Kluppel e Bruno Villegas
Foto: William Maia
O Projeto dos Escoteiros Voluntários realizou atividades recreativas paras as crianças e jovens da comunidade. Foram alugados pelo Mackenzie brinquedos como uma piscina de bolinhas, uma parede de escalada, uma cama elástica e até um touro mecânico para a diversão. Os escoteiros têm a função de organizar as filas e atividades.
Acostumados com esse tipo de trabalho, os voluntários gostaram muito de participar do evento, por ser um grande projeto que abrange toda a comunidade. “É legal participar porque estamos ajudando as outras pessoas, nós já estamos acostumados”, diz a escoteira Mariana Coelho.
Uma grande quantidade de escoteiros e colaboradores se disponibilizou a participar das atividades. Devido ao grande número de participantes que compareceram em seu projeto, a responsável, Carla Neves, ofereceu a mão-de-obra dos escoteiros para ajudar em outras iniciativas que tivessem poucos colaboradores.

Monday, October 02, 2006

Medo mantém cultura judaica restrita

Resguardo da cultura e religião judaica é causado por medo e preconceito.

Por Lais Cattassini e Paula Angelo


>>>Foto Centro de Cultura: Centro de Cultura Judaica, localizado na Rua Oscar Freire.

A exposição “Coexistence” acabou de passar por São Paulo. Exibidos no Parque Ibirapuera os 45 painéis criados por artistas do mundo inteiro têm como objetivo eliminar o preconceito. Apesar da motivação em fazer culturas e religiões se comunicarem, na prática, pouco acontece.
São Paulo possui diversos pontos exclusivamente judeus. São cerca de 55 sinagogas na cidade, centros culturais e aproximadamente cinco colégios, além de “A Hebraica”, clube para a prática de esportes e divulgação da cultura hebraica. Nenhum desses espaços é objetivamente aberto ao público. Mesmo os centros culturais apresentam uma complicada burocracia para permitir a entrada. Os complexos sistemas de segurança impedem o contato com a religião mais antiga do planeta.

“Não sou a favor de mudanças na cultura”; Ricardo Berkiensztat, O vice-presidente da Federação Israelita de São Paulo


Tradição
O vice-presidente da Federação Israelita de São Paulo, Ricardo Berkiensztat acredita que, devido ao judaísmo ser uma religião baseada na tradição, principalmente, a preservação das tradições se faz necessária, para ele “A cultura é a maior herança de um povo e, através dela, a história se perpetua”. Algumas ações sociais possibilitam que os ensinamentos religiosos, como a Tzdacá (Justiça Social) e a frase “Ame o próximo como a ti mesmo” se enraizarem na sociedade, mas pouco se conhece da tradição judaica propriamente dita.
O aluno do segundo semestre de Administração do Mackenzie, Michel Fiszbein pratica a religião, mas não é ortodoxo. Ele diz “A religião judaica não deve ser aberta ao público. A cultura é parte da religião e gentios não a conhecem muito bem.” O presidente do conselho juvenil judaico sionista do Estado de São Paulo e aluno do terceiro semestre de jornalismo na Universidade Mackenzie, Tomer Savoia concorda: “manifestações anti-semitas, com a que aconteceu na USP, provocam o resguardo, mas não posso afirmar que, se o preconceito não existisse, o povo judeu seria mais aberto”. O mesmo diz Michel Hamoui, morador do bairro Higienópolis e seguidor ortodoxo da religião. E é tal receio que dificulta a interação entre o judaísmo e a colorida herança brasileira. Os prejudicados são todos, judeus ou gentios, todos perdem a chance de se conhecerem sem temor.



>>>Foto manifestação USP: Manifestação anti-semita em mural da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – FFLCH, na Universidade de São Paulo, demonstra que o preconceito realmente existe



Exposição “Coexistence”
O projeto Coexistência 2006 chegou ao Brasil por iniciativa do Centro de Cultura Judaica e é exibido por inteiro no parque do Ibirapuera, Praça da Paz.
São 45 painéis de 5 por 3 metros de 42 artistas de 18 países que buscam eliminar o preconceito contra religiões, culturas ou raças. Também estão expostos textos de filósofos, artistas e escritores.
A exposição já passou por diversas cidades, começando por Jerusalém, em maio de 2001. Exposta nos muros da cidade e unindo portões dos bairros judeus, cristãos e mulçumanos, foi uma resposta aos atos de violência ocorridos na região.

Serviço:
Centro de Cultura Judaica - Rua Oscar Freire, 2500 - telefone: 3065-4333
Federação Israelita do estado de São Paulo – telefone: 3088.0111

Sunday, October 01, 2006

Matérias extras do Acontece Eleições

A importância da política na vida do jovem brasileiro

Nas próximas eleições mais adolescentes irão às urnas, porém muitos deles ignoram a importância do voto consciente.

Paula Carone e Júlia Toledo

Nos últimos quatro anos, o número de jovens votantes entre 16 e 18 anos na cidade de São Paulo aumentou 39%, ou seja, hoje os eleitores desta faixa etária somam 3 milhões. Isto mostra que estas pessoas estão mais engajadas no quadro político brasileiro do que se imagina. Prova disto são os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que relatam que 69% dos jovens acreditam que o voto pode mudar a situação do país e 66% consideram inaceitável não votar nas eleições.
A socióloga Graça Jacinto, professora da USP, explica que o motivo deste aumento se deve aos novos meios de comunicação, como a Internet, que facilitam o acesso do jovem às informações. Ela ainda alega que outro fator importante para este aumento foram os escândalos envolvendo os governantes atuais do Brasil: “Além da internet, o que motivou os jovens a irem às urnas foram os últimos acontecimentos políticos do país. Os escândalos envolvendo o governo os indignaram e, em função disto eles resolveram votar como forma de protesto.”
No entanto, numa enquete feita no Colégio Mackenzie no dia 25 de agosto de 2006, apenas 11 dos 50 entrevistados possuíam título de eleitor. De acordo com o aluno Klaus Bermauer, o motivo pelo qual ele não quis tirar o título foi a falta de interesse pela política. “Não tirei (o título) pois não quero perder meu tempo com política no Brasil”.
Dentre os que responderam sim, alguns o fizeram por causa do referendo de 2005 sobre o comércio de armas de fogo, como a aluna Adriana Sandoval. “Tirei (o título) com 17 anos porque queria votar no referendo sobre a venda de armas de fogo.”. Entretanto, , a maioria não o fez porque quis, e sim por pressão de familiares ou amigos que também estavam tirando o documento. Um exemplo disso é a aluna Juliana Alves da Cunha, que possui o documento mas não o possui por vontade própria. “Minha mãe me obrigou a tirar o título, mas eu não queria.”
Porém, alguns dos jovens entrevistados disseram que têm o documento porque acham importante as pessoas desta faixa etária se interessarem pela política do país, porque ela afeta diretamente a vida da população. Entre os entrevistados, Thiago Hoffman afirma que assiste o horário eleitoral para se informar sobre os candidatos, e que acha importante que os jovens como ele exerçam sua cidadania. “Gostaria que mais pessoas da minha idade também votassem e se interessassem mais por política. Somos nós que governaremos o país amanhã e, se as pessoas fecharem os olhos, o nosso país nunca vai mudar.”
Ele também acredita que, com um maior número de pessoas exercendo sua cidadania, o país tem mais chances de crescer e de enfrentar a situação atual, onde os próprios políticos não se importam com o país em si, mas sim com sua vontade própria.






Palestra com Boris Casoy
por Camila Braga

Política, eleições e cobertura jornalística. Esses foram os principais temas discutidos durante o debate com o jornalista e advogado, Boris Casoy. O evento, realizado pela união dos diretórios DCE, CAHL, DAEG, DAMAC e pelos grupos Falange Mackenzista e Tradição, encheu o auditório Rui Barbosa no último dia 5.
Boris comentou sobre a decepção brasileira com o atual governo, a falta de criatividade e crescimento na área econômica e, sobre a temática eleitoral, defendeu o voto distrital e facultativo.
O jornalista se sentiu bastante à vontade até para comentar a respeito de sua saída da Rede Record: “A Record buscava um modelo de jornalismo parecido com o da Globo, e eu não me encaixava nesse modelo.”, disse Casoy, que ainda completou, “ Meu jornal era neutro, mas se aprofundava na cobertura dos acontecimentos, diferente do da Globo.”
O debate foi intermediado pelo coordenador do curso de Jornalismo Vanderlei Dias, e foi dinamizado com perguntas vindas da platéia. Questionado a respeito da eficácia dos debates eleitorais e da ausência de candidatos que lideram as pesquisas de opinião, o ex-apresentador do Jornal da Record disse o seguinte: “Quem está ganhando nas pesquisas não vai aos debates, porque sabe que corre o risco de dar uma tropicada e piorar sua situação.”
Casoy também criticou o horário em que são transmitidos os debates políticos: “Queria ver se o debate fosse às oito horas da noite, com cadeira vazia e tudo, o que ia acontecer. Porque às dez horas só assiste quem pode acordar tarde no outro dia; quem trabalha, acorda cedo, não assiste ao debate.”
Em relação ao tema da obrigatoriedade do diploma para se exercer a profissão jornalística, Boris Casoy se posicionou contra. Criticou os cursos de jornalismo, em geral, afirmando que são muito fracos e que falta a prática da profissão: “A técnica jornalística se aprende no dia-a-dia das redações.”
Ao final do debate, o jornalista respondeu ao Acontece, a respeito do voto nulo: “Eu sou contra, mas acho que é uma possibilidade da democracia.(...) Como você pode votar num candidato, pode votar em outro, pode votar em branco. (...) Eu sou contra, acho que ele não constrói.”